Embora não tenha conseguido aprovar no Congresso Nacional as reformas tributária e política nos quase quatro anos de governo, a presidente Dilma Rousseff prometeu, na tarde desta quarta-feira (30/7), defender as duas mudanças em um eventual segundo mandato. Na sabatina promovida pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), a candidata à reeleição pelo PT, rebateu criticas dos adversários Aecio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB), disse que nao haverá "tarifaço" depois das eleições e que gostaria de saber quais ministérios os dois pretendem cortar.
Sabatinados na manhã desta quarta, Aécio e Eduardo defenderam o corte de ministérios, alegando que a máquina pública está inchada. "Uma clara definição a respeito da importância da pesca num país que tem 8 mil quilômetros de costa (...), não teria feito política de pesca. Quando esses projetos se desenvolverem e derem frutos, a gente pode discutir como reorganiza (os ministérios). (...) Agora, até lá, gostaria de saber a sugestão concreta. Querem acabar com o que? Com o status de ministério que tem a Secretaria de Mulheres? (...) Permite um empoderamento das mulheres quando se trata de combater a violência", disse Dilma.
Aécio e Eduardo não detalharam quais pastas pretendem cortar. Segundo o tucano, isso ainda é objeto de estudo da campanha. Ele antecipou apenas que pretende diminuir as pastas pela metade. "Me digam qual é que eu discuto detalhadamente", disse a presidente Dilma, acrescentando que, embora tenham status de ministério, algumas secretarias, como a da Igualdade Racial, não tem a estrutura de uma pasta, mas apenas a força política.
[SAIBAMAIS]
A presidente defendeu ainda as reformas política e tributária. Em relação à ultima, ela disse que, caso não tenha acordo político para votar uma proposta completa, a possibilidade é fazer por etapas. Aécio e Eduardo prometeram entregar um projeto com mudanças na área ainda nos primeiros dias de governo, caso sejam eleitos. Sobre a política, a presidente defendeu a participação popular. "Só acredito que o Brasil fará uma reforma política, depois de várias tentativas no governo Lula, no meu governo e depois das manifestações de junho, por meio de uma ampla participação popular. Pleciscito é condição para se aprovar reforma política."
A presidente reconheceu que o ritmo do investimento em infraestrutura do país não é adequado. "Também não estou feliz com a questão do ritmo de investimentos em infraestrutura. Nós passamos todo o tempo acelerando esses investimentos. Somos herdeiros de uma situação ruim do ponto de vista público e privado. (...) Nós começamos a fazer um esforço em 2007, com o PAC. Aprendemos bastante. Estamos agora com PAC 2, acredito tendo avanço. Se você me perguntar, é preciso avançar mais? Direi: é preciso avançar ainda mais", afirmou.
Dilma também rebateu críticas ao Regime Diferenciado de Contratação (RDC), que flexibiliza regras da Lei de Licitações, segundo o governo, para acelerar obras. "O RDC é para isso (acelerar investimentos). Foi objeto de uma quantidade de críticas. Estávamos abrindo mão de controle. É uma tolice."