No plenário, após declarado o fim da sessão, Mello se dirigiu a Ricardo Lewandowski, que assumirá interinamente o Tribunal e afirmou que ele deve ;resgatar valores da liturgia dessa chefia do judiciário;. Barbosa deixou a sessão por volta de 11h30, antes do término, e não fez discurso de despedida. Ele decidiu se aposentar do cargo antes do fim do mandato como presidente.
Símbolo contra a impunidade
Mais cedo, outros dois ministros comentaram a saída de Barbosa. Para Gilmar Mendes, o período em que Barbosa presidiu o STF, e esteve no supremo como ministro nos últimos nove anos caracterizou-se como ;agitado;, por causa, inclusive do julgamento do mensalão. ;Não por conta dos acontecimentos apenas desenvolvidas aqui (no tribunal), mas pela pressão externa, tentativas para que não houvesse julgamento, as manobras para que ele se alongasse, embargos infrigentes... Dois colegas (Ayres Britto e Cezar Peluso) foram praticamente tirados do julgamento por causa do alongamento. Tudo isso contribuiu para uma certa agitação, além de certamente o temperamento do Joaquim;, disse Mendes.
O relator do mensalão, Luís Roberto Barroso avaliou que Barbosa " se tornou um bom símbolo contra o status quo e um bom símbolo contra a improbidade no Brasil". ;Conduziu a Ação Penal 470, que era um processo extremamente difícil, numa linha que quebrou um pouco o padrão geral seletivo da Justiça brasileira. De modo que prestou uma contribuição relevante para o Judiciário.; Barroso avaliou que o presidente saí da Corte com um saldo positivo de um ;homem que serviu bem ao país;.