postado em 22/05/2014 13:18
Anápolis (GO) - Previsto pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o segundo semestre de 2010, o trecho de 855km da Ferrovia Norte-Sul, que liga Anápolis (GO) a Palmas (TO) foi inaugurado nesta quinta-feira (22/5) pela presidente Dilma Rousseff. A ferrovia, administrada pela Valec - estatal do Ministério dos Transportes - custou R$ 4,2 bilhões. Embora tenha sido lançada em 1987, no governo do então presidente, José Sarney, a presidente Dilma Rousseff disse que a obra chegou a ser executada naquele governo e depois ficou parada. Segundo ela, em 2007, quando Lula era presidente, o Planalto teve grande dificuldade de retomar o empreendimento. "Porque no período anterior não havia uma prateleira na qual você podia chegar e pegar um projeto para licitar. Tinha que refazer, alguns já estavam velhos e muitos não tinham nem sido feitos", justificou, em seu discurso.
[SAIBAMAIS]A presidente aproveitou a ocasião para dizer que é preciso fazer justiça ao ex-presidente Sarney. "Herdamos a concepção de que era importante fazer a ferrovia e a atualizamos. Percebemos que o Brasil tinha que ter uma coluna vertebral, que seria a ferrovia das ferrovias, que cortaria o Brasiol de Norte a Sul, que levaria nosso país a superar esse atraso inexplicável", argumentou. Na sua avaliação, se o governo foi capaz de enfrentar dificuldades, muito mais será criado. "Podem ter certeza que temos um governo com responsabilidade política de enfrentar e resolver os problemas e não ficar chorando pelas esquinas", pontuou.
O trecho inaugurado hoje é ligado com o segmento de Palmas a Açailândia (MA), em funcionamento desde 2007, com 719 km. Ao todo, são 1.574 km de ferrovia entre de Goiás ao Maranhão. A aposta é que parte da carga escoada pelas rodovias passe a ser transportada pela ferrovia, com redução de custos, do consumo de combustível e do índice de acidentes nas estradas.
Imediatamente, a ferrovia irá transportar cerca de 4 mil toneladas de minério de ferro, oriundos do pátio de Gurupi (TO), próximo a Palmas, com destino ao porto de Itaqui (MA). Há ainda a expectativa de transporte da farelo de soja, da safra deste ano, do pátio de Anápolis para o porto de Itaqui. A previsão é do embarque de 1 milhão de toneladas de grãos para o mesmo trecho na safra d próximo ano.
De acordo com a Valec, o próximo trecho a ser inaugurado será a Extensão Sul, que vai de Ouro Verde (GO), próximo a Anápolis, até Estrela d;Oeste (SP). O percurso de 682 km tem 60% de execução física e previsão de conclusão para 2015.
Protesto
Antes do evento de inauguração da ferrovia, o Palácio do Planalto foi surpreendido por um que deixou o trânsito parado na cidade. No início da manhã, cerca de 300 trabalhadores pediam agilidade nas obras do viaduto na BR 060/153, que liga o centro ao o Distrito Agroindustrial de Anápolis (DAIA). O protesto foi organizado pela Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas de Material Elétrico do Estado de Goiás (FemGoiás), entidade filiada a Força Sindical.
Os manifestantes alegam que são prejudicados todos s dias com o transtorno nas ruas da região. Reclamam ainda que enfrentam congestionamentos de até duas horas para chegar a trabalho. A presidente, entretanto, não chegou a pegar a manifestação. Ela atrasou a agenda em uma hora e quando chegou ao local, por volta de 10h, o protesto já tinha sido dissipado.
A obra do viaduto faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) 2. De acordo com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), a construção do viaduto foi iniciada em abril do ano passado, avaliada inicialmente em R$ 24,5 milhões. A conclusão estava prevista para fevereiro deste ano. Com o viaduto, o tráfego local será separado do de longa distância e contará com a implementação de uma ciclovia.