Politica

Amorim defende destinação de 2% do PIB para Ministério da Defesa

Nos últimos dez anos, segundo o ministro, tem havido um aumento "mais ou menos" constante da execução orçamentária da pasta

postado em 06/05/2014 13:46
O ministro da Defesa, Celso Amorim, voltou a defender nesta terça-feira (6/5) na Câmara dos Deputados a destinação de pelo menos, 2% do Produto Interno Bruto (PIB) nos próximos dez anos na área de defesa. Em debate sobre projetos estratégicos do setor, o ministro frisou que o país, apesar de pacífico, não está totalmente imune à futuros ataques.

Amorim: é fundamental que a destinação desses recursos seja estável e previsível
;Nossa política externa é voltada para a paz e o desenvolvimento, mas, mesmo um país pacífico como o Brasil, não pode descartar a hipótese de ser afetado por ações armadas de potências extrarregional, eventualmente, até geradas por conflitos que nos são estranhos. O Brasil é uma potência na área alimentar, na área ambiental e energética. São estas áreas que a escassez de recursos, face à crescente demanda mundial, pode gerar crises, como reconhecem conceituadas entidades de diversos países;, argumentou Amorim.

Nos últimos dez anos, segundo o ministro, tem havido um aumento ;mais ou menos; constante da execução orçamentária do Ministério da Defesa. Entre 2003 e 2013, as despesas com custeio e investimento passaram de R$ 3,7 bilhões para R$ 18,3 bilhões. ;Se consideramos apenas os gastos com investimentos, saltamos de R$ 900 milhões para R$ 8,9 bilhões. Um aumento de quase 1000% no período;, pontuou.

De acordo com Amorim, mesmo com esse aumento, a participação dos gastos com a área de defesa em relação ao Produto Interno Bruto permaneceu no patamar de 1,5%. A média mundial, comparou, é 2,6%. Já nos países que compõem os Brics, excluindo o Brasil, a média é 2,57%.



;Seria razoável, em um horizonte de dez anos, que pudéssemos passar para um percentual aproximado de 2% do PIB. A par do aumento da proporção dos gastos de defesa em relação ao PIB é fundamental que a destinação desses recursos seja estável e previsível;, disse.

O ministro reconheceu, no entanto, que a necessidade de elevar os recursos na área de defesa não pode afetar as políticas socais do país. ;Naturalmente, um país como o Brasil, que só agora está erradicando a pobreza extrema, os gastos com defesa são objeto de escrutínio atento pela sociedade e é correto que seja assim. Mas os investimentos em defesa não pretendem competir com outras áreas de ação do governo, especialmente, a social. Mas não podemos perder de vistas que sem a capacidade de defender a nossa soberania não poderemos ter uma sociedade verdadeiramente livre e independente;, alertou Amorim.

Segundo ele, a alocação de mais recursos para a defesa do país deve seguir ;o senso de proporção, mas também com visão de mundo;. ;O fato de não termos hoje inimigos declarados não nos isenta dos riscos de conflito. Temos o dever de criar condições para que a nossa indústria de defesa prospere e produza frutos;.

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