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Os dias que antecederam a votação da emenda constitucional Dante de Oliveira, em 25 de abril de 1984, ficaram marcados por muito tumulto e repressão na capital federal e em 10 municípios goianos. Foi a última ação de suspensão de garantias democráticas, como o direito de reunião e a inviolabilidade dos domicílios. As Medidas de Emergência foram determinadas no Decreto 89.566, de 18 de abril de 1984, que incluía o Distrito Federal e cidades vizinhas, entre elas, a capital Goiânia e Anápolis. Respaldado na Constituição de 1967, vigente à época, o decreto estabelecia também a censura à correspondência e aos meios de radiodifusão, como tevê e rádio.
O combate e a movimentação das tropas não impediram, no entanto, a ocorrência de dezenas de protestos, inclusive na Esplanada dos Ministérios. ;A sociedade brasileira, e a de Brasília em especial, estava completamente mobilizada. Apesar da repressão, fizemos protestos com milhares e milhares de pessoas. Foi um negócio bonito de se ver;, conta o advogado Jomar Alves Moreno, que chegou a ser preso em 25 de abril.
À época, Jomar era integrante da diretoria do Sindicato dos Professores. Ele e três colegas foram detidos à tarde, enquanto organizavam uma carreata em defesa das Diretas Já na W3 Sul. ;A repressão prestava muita atenção no movimento sindical e estudantil, que eram os mais ativos nessa época;, conta. ;No dia 24, estávamos com um grupo de estudantes no Salão Verde do Congresso, de onde saímos escoltados por parlamentares. Eles fizeram um acordo com os militares para garantir que não fôssemos presos até a Rodoviária do Plano.;
Após a detenção, Jomar e três sindicalistas foram levados à 1; Delegacia de Polícia, e depois conduzidos à Superintendência da Polícia Federal, no fim da Asa Sul. ;Nós passamos a noite inteira lá, sob interrogatório. Do lado de fora, haviam parlamentares e advogados pressionando;, conta o então presidente do Sinpro-DF, Libério Pimentel, hoje com 64 anos. As Medidas de Emergência, consideradas o último ato de forte repressão dos militares, só foram revogadas em 2 de maio. ;A situação em Brasília era tão feia que, em 1; de maio, fui a São Paulo, em um comício, denunciar a situação vivida aqui;, lembra-se Libério.
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