O ex-ministro da Saúde e pré-candidato ao governo de São Paulo Alexandre Padilha (PT) é citado em relatório da Operação Lava-Jato, da Polícia Federal (PF), por suspeita de ter indicado, no fim do ano passado, Marcus Cezar Ferreira de Moura para trabalhar como executivo na Indústria Farmacêutica Labogen. Segundo a investigação da PF, o laboratório era utilizado pelo doleiro Alberto Youssef, líder da organização criminosa que movimentou R$ 10 bilhões, para fazer remessas ilegais de dólares ao exterior. Após a indicação de Padilha, o laboratório chegou a firmar parceria de R$ 31 milhões com o Ministério da Saúde para produzir medicamentos. O convênio foi cancelado após denúncias da imprensa de que o doleiro contratava o laboratório suspeito.
O relatório da PF também cita os deputados federais Cândido Vaccarezza e Vicente Cândido, ambos do PT paulista, e engrossa os problemas do partido ; e do governo ; no período pré-eleitoral. Além do envolvimento do doleiro com o deputado federal André Vargas (PT-PR), a base governista tem que lidar com a CPI da Petrobras (leia mais na página 3), que vai apurar desmandos na estatal.
Em 28 de novembro de 2013, a Polícia Federal interceptou troca de mensagens entre Youssef e Vargas, nas quais os dois comentam sobre a indicação de Moura para a Labogen. O deputado petista, que renunciou ao cargo de vice-presidente da Câmara após a descoberta do envolvimento dele com Youssef, teria passado ao doleiro o contato do executivo e avisado que foi Padilha quem o indicou. Marcus Cezar Ferreira de Moura trabalhava na coordenação de eventos do Ministério da Saúde.
Em um dos relatórios da PF, sócios laranjas do Labogen comemoram a assinatura do contrato com o Ministério da Saúde. Por e-mail, eles encaminharam a fotografia do momento em que a parceria era fechada. Na imagem, anexada pela PF ao relatório, aparece o então ministro Alexandre Padilha.
A matéria completa está disponível aqui, para assinantes. Para assinar, clique aqui.