A base do governo federal no Senado sofreu uma derrota nesta terça-feira (08/04) com a rejeição do pedido de urgência à análise da indicação do senador Gim Argello (PTB-DF) para o Tribunal de Contas da União (TCU). Com um placar apertado (25 a 24, com duas abstenções), o plenário do Senado resistiu ao rolo compressor imposto pelo Presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), que tentava eliminar do processo de indicação a sabatina da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).
Com a derrota do pedido de urgência, Gim será sabatinado na CAE, onde deverá ser instado a falar sobre os seis processos aos quais responde no Supremo Tribunal Federal(STF), por crimes como lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva, e desvio de dinheiro público.
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Caso aprovado pela CAE, o nome de Argello passará ainda por votações secretas nos plenários do Senado e da Câmara. A vaga que o senador tenta ocupar é a deixada pelo ex-ministro Valmir Campelo, que deixou o posto para assumir a vice-presidência de governo do Banco do Brasil. O posto de ministro no TCU seria parte de uma articulação para que a vaga ao Senado na chapa do ex-governador José Roberto Arruda (PR-DF) fique disponível para negociações com outros partidos.
A derrota do governo foi comemorada por servidores do TCU, que entoaram durante toda a tarde o coro de ;Gim não; pelos corredores do Senado. ;Causa muita preocupação que alguém que tenha seis inquéritos no Supremo, que tem uma condenação em ação popular, em segunda instância, possa ser indicado para o cargo de ministro do TCU. Falta a ele, objetivamente, o requisito de reputação ilibada, sem o que não se pode ingressar na magistratura;, defende Júlio Marcelo de Oliveira, procurador do Ministério Público de Contas junto ao TCU.