A posição de Cunha reforça o atrito entre o governo e a base aliada, intensificado nos últimos meses. A extensa lista de reclamações tem como ponto alto a demora da presidente em decidir o posicionamento do governo em relação aos palanques estaduais, atrelados à reforma ministerial. A ideia da presidente era resolver como acomodar os partidos na Esplanada até o fim do carnaval. A troca no comando das pastas, no entanto, ainda é incerta. O recuo da presidente na decisão de dar mais um ministério ao PMDB no início do ano e a incerteza sobre o destino dos cargos adicionaram mais lenha na fogueira. Para piorar, o Planalto sugeriu o nome do senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) para o Ministério da Integração, enquanto o indicado do partido era o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB). A sugestão soou como uma afronta, pois tiraria Eunício da disputa pelo governo do Ceará e beneficiaria outro aliado do Planalto. Em outros momentos, foi proposto o nome de Vital para a vaga de um ministério comandado por um peemedebista da Câmara.
Os excluídos
Em outra frente, o PMDB na Câmara reclama da dificuldade de se relacionar com o Palácio. Para o deputado Danilo Fortes (PMDB-CE), o problema não é a divisão de cargos. ;Falta diálogo. Queremos respeito, queremos participar da elaboração de políticas públicas, da execução;, resumiu. Fortes ressalta que, neste momento, o futuro do processo eleitoral é ainda mais importante. ;É preciso ter uma posição política definida. Não podemos ser coadjuvantes, nosso papel é ser protagonista do projeto;, emendou. Segundo ele, a decisão de discutir essa insatisfação sem a presença dos líderes é imatura. ;Se os problemas são com a Câmara e com o Senado, porque não chamar os líderes? Se são as composições estaduais, porque não chamar os diretórios? Sem ouvir os responsáveis pelas áreas, não adianta. Parece que o PT perdeu no escuro e foi procurar no claro porque era mais fácil;, criticou.
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