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Autoridades debatem sobre a reforma agrária, em congresso do MST

De acordo com a Cnbb, haverá uma assembleia em maio para falar da reforma agrária e o papel da Igreja

O MST realizou no fim da tarde desta quinta-feira (14/2) uma plenária com representantes de partidos políticos, movimentos sociais e religiosos. Em comum, as falas expressaram preocupação quanto à possibilidade de aprovação, no Senado Federal, da chamada ;Lei antiterror;.

Considerado vago, o substitutivo apreciado esta semana abriria margem para a criminalização dos movimentos sociais. ;Felizmente esse movimento foi nessa semana, pois o Senado quase aprova uma lei antiterror que diz que se manifestar e ocupar prédio público é terrorismo. E é difícil encontrar alguém aqui que não seja enquadrado por ela;, disse o pedagogo e presidente nacional do PSOL, Luiz Araújo.

;Estaremos juntos com vocês na luta contra esse projeto que surgiu como lei antiterror e que mostrou ser uma lei anti-povo, uma lei anti-manifestação;, disse Márcio Astride, representante do Greenpeace na plenária.

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O ato foi aberto com uma fala do bispo Dom Guilherme Werlang, representante da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Ele disse que a reforma agrária será o tema da próxima assembleia geral da entidade, em maio. O Partido dos Trabalhadores esteve representado pelo presidente da legenda, Rui Falcão. ;O MST representa um avanço que impulsiona a democracia no Brasil e favorece a aprovação de reformas estruturais que nós demandamos e que a correlação de forças na sociedade e no parlamento ainda não permitiu que ocorresse;, disse ele, numa fala rápida.

O PT também esteve representado pelo governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, e pela presença expressiva da bancada do partido na Câmara e no Senado. Além dos petistas, o PSB também marcou forte presença durante o encontro. Coube ao governador do Amapá, Camilo Capiberibe, falar em nome da legenda. Ele veio acompanhado do pai, senador João Capiberibe, e da mãe, Janete, que é deputada federal pela legenda. A plenária foi fechada com um discurso do economista e fundador do MST João Pedro Stédile. ;Nós não os trouxemos aqui para apresentar nosso projeto, e sim para comprometê-los com a defesa de uma reforma agrária popular, que sirva para produzir alimentos saudáveis para o povo brasileiro;, disse.