A morte do cinegrafista Santiago Andrade, da TV Bandeirantes, colocou em primeiro plano, mais uma vez, a violência dos black blocs. Até o fim do ano passado, no entanto, a ação mascarada era vista com simpatia por alguns setores da esquerda. É o que mostra um texto publicado na página do PSol por Edilson Silva, integrante da Executiva Nacional do partido, no fim do ano passado. ;Para quem pretende mudar o mundo de verdade, não deve parecer utópico ou ingênuo demais querer ver os movimentos e partidos da esquerda coerentes, como o PSol, dialogando com a tática black bloc (...);, conclui o texto, que foi removido da página da legenda no fim da tarde de ontem, depois de um contato do Correio com a comunicação do partido.
[SAIBAMAIS]Embora faça ressalvas ao voluntarismo e a outras debilidades dos black blocs, o texto descreve a tática dos encapuzados como detentora de um ;inegável charme político;. Em nota oficial publicada ontem, a Executiva do partido diz que ;apoia de forma irrestrita o direito à livre manifestação e recrimina a postura repressiva do aparato estatal. Mas, ao mesmo tempo, não concorda e nem participa de ações efetuadas por pequenos grupos presentes em alguns atos;. Procurado, o PSol informou que a posição oficial da legenda é a exposta na nota.
Mesmo depois da morte de Santiago, algumas organizações políticas seguem apoiando, mesmo que apenas verbalmente, a ação dos black blocs. É o caso do Partido da Causa Operária (PCO). Em editorial publicado na segunda-feira pelo jornal do partido, a organização diz que a morte de Santiago deu origem a uma ;campanha; contra os manifestantes e os black blocs, com o objetivo de ;aumentar a repressão contra as manifestações, evidentemente, justificando o uso da força policial como uma medida para ;evitar mais mortes;;.
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