Para ele, a nova configuração do contexto internacional faz com que sejam necessárias novas distribuições de poder, por meio de instâncias multipolares ; com grupos como o Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e o Fórum Ibas (Índia, Brasil e África do Sul). "O Brasil tem sido extremamente ativo na participação dessas arquiteturas e agrupamentos novos para obtermos uma inserção internacional que corresponda a um projeto de desenvolvimento nacional que necessariamente tem de se projetar internacionalmente", explicou.
O chanceler falou sobre temas considerados "clássicos" da agenda internacional do Brasil, como paz e segurança, integração regional, relacionamentos bilaterais e diplomacia econômica e financeira. Em relação à paz e segurança, a questão prioritária é a reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU); em integração regional, o Mercosul e a América do Sul; em finanças, a ampliação da participação dos países emergentes em fóruns decisórios, em economia, a elevação do nível de competitividade brasileira, a inserção em novos mercados e a ampliação de atividades que gerem emprego e renda.
Sobre aos chamados "novos temas", Figueiredo destacou a importância das medidas de combate à fome e à pobreza, de desenvolvimento sustentável, mudança do clima, diretos humanos e governança na internet, em que lembrou da resolução aprovada na Assembleia Geral da ONU sobre o tema, elaborada pelo Brasil e pela Alemanha. Para o chanceler, é necessário ampliar e renovar o quadro de diplomatas que se ocupam desses temas.
"As transformações pelas quais o Brasil tem passado são significativas e a política externa é o reflexo de sua realidade interna. [Essa política] tem de estar perfeitamente informada e sintonizada com as mudanças internas e com os novos desafios do cenário internacional. As transformações exigem que a política externa continue a ser capaz de identificar e aproveitar as novas tendências."