As concessionárias e permissionárias de serviço público de distribuição de energia elétrica poderão ser obrigadas a substituir as redes aéreas de distribuição de energia em cidades com mais de 100 mil habitantes por redes subterrâneas. O projeto com esse objetivo será analisado em breve pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).
A proposta já passou pela Comissão de Serviços de Infraestrutura, onde recebeu substitutivo do Senador Lobão Filho determinando, ao invés da substituição, que ;em lugar de redes aéreas novas, será priorizada a implantação de redes subterrâneas;.
O relatório propõe o aumento, para 300 mil habitantes, do tamanho mínimo das cidades que se obrigarão a implantar redes subterrâneas, e estabelece critérios, entre os quais ao menos um deve ser obedecido, para que a implantação dessa rede subterrânea seja mandatória: concentração da carga superior a 10 MVA/km2; redes próximas a orlas marítimas, sujeitas à agressão da salinidade; e redes com postes e estruturas congestionadas, ocupadas por vários alimentadores.
Segundo o senador licenciado Marcelo Crivella, autor da proposta, a opção pelas redes aéreas de distribuição deve-se muitas vezes ao fato de elas serem mais baratas do que as subterrâneas. Entretanto, para Crivella, a economia não se justifica quando confrontada com o risco a que se submete a população urbana. Outro aspecto levantado pelo autor é que a rede subterrânea proporciona economia à prestação do serviço, já que dificulta o furto de energia e dos cabos de transmissão.
Já a senadora Vanessa Grazziotin, relatora da CAE, considera que a proposta impacta automaticamente as tarifas de energia elétrica, por que a Lei de Concessões e os contratos por ela regidos preveem revisão tarifária extraordinária em casos nos quais uma lei ou um fato não provocado por ato da distribuidora desfaça o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos. Ou seja, o impacto da mudança poderia prejudicar os consumidores, segundo a senadora.
Vanessa afirma que as alterações propostas por Lobão Filho ;têm o mérito de reduzir enormemente os impactos tarifários, ao tempo em que obrigam a adoção de redes subterrâneas apenas em áreas onde elas são imprescindíveis, viabilizando o atendimento ao objetivo da proposição;.
Como a emenda substitutiva de Lobão ainda não foi analisada na CI, Vanessa acolheu, em seu relatório na CAE, a proposta do senador. Antes da votação do parecer na CI, foi aprovado um requerimento para que antes fosse ouvida na CAE. Após a votação na CAE, o projeto deve retornar à CI, votação final.
Com informações da Agência Senado.