Jornal Correio Braziliense

Politica

Gastos com educação em 2013 ficam abaixo da meta do próprio governo

Melhorias na área estarão na pauta das manifestações esperadas para 2014

Uma das principais bandeiras das manifestações de rua que tiraram o sono dos governantes em junho do ano passado está longe de alcançar o patamar traçado como meta pelo próprio governo federal. Mesmo após as promessas do Executivo, o crescimento dos investimentos em educação encontra-se aquém do necessário para chegar, em uma década, ao índice de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) previsto no Plano Nacional de Educação (PNE). Aprovado no Senado em dezembro, o texto seguirá agora para análise da Câmara. Em 2013, o gasto da União com educação foi de R$ 91,3 bilhões, de acordo com dados do Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) do governo federal, atualizados em 21 de dezembro. O montante representa aumento de R$ 4,4 bilhões em relação ao investimento do ano anterior, mas seriam necessários R$ 7,8 bilhões para chegar ao desejado. Ou seja, faltaram R$ 3,4 bilhões.

;Quando o PNE estiver em vigência, teremos de aumentar em 0,5% ao ano o gasto em educação. Em valores de 2012, significaria um incremento de cerca de R$ 20 bilhões, entre União, estados e municípios;, explica Daniel Cara, coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação. ;Mesmo com o PNE ainda não vigente, a União precisa ampliar os investimentos em educação, pois tem a obrigação constitucional de ajudar técnica e financeiramente os estados e os municípios. E esses entes, historicamente, têm dificuldades;, completa.

Apesar de os gastos não estarem no ritmo necessário previsto no projeto de lei que tramita na Câmara, o Ministério da Educação (MEC) afirma que tem conseguido utilizar praticamente todo o dinheiro destinado à pasta. Por meio de nota enviada ao Correio, o MEC diz que ;empenhou cerca de 99% do limite orçamentário disponível em 2013;. Em 2012, a pasta conseguiu empenhar 98% dos recursos disponíveis. ;É preciso acompanhar a execução, ou seja, o que é gasto. Mas, além disso, é preciso verificar o resultado desse investimento;, diz Cara.

A cobrança por mais investimentos em educação deve voltar à ordem do dia nos protestos previstos para este ano ; especialmente durante a Copa do Mundo, entre junho e julho ;, mas as discussões não estarão restritas às ruas. Além da polêmica votação do PNE, que teve o texto alterado no Senado, em fevereiro cerca de 3 mil pessoas estarão em Brasília para a Conferência Nacional de Educação (Conae) 2014. O evento, promovido pelo poder público, debaterá temas como a expansão do ensino superior, o financiamento da educação e uma nova avaliação para a educação básica.

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