O PT declarou à Justiça Eleitoral que pagou apenas R$ 2,74 milhões durante a campanha. A empresa confirma o pagamento desta quantia e alega que a dívida em valores atualizados já chega a R$ 8,48 milhões. Ideli Salvatti está numa sinuca de bico porque, se afirmar que pagou todos os serviços conforme os dois contratos previam, acaba assumindo a prática de caixa dois. Em sua decisão, a juíza Rosane Portela Wolff alega que ;não há dúvidas acerca do direito da autora (Tvídeo) em ser restituída dos valores não pagos pelos requeridos;.
No processo movido, além do PT como pessoa jurídica, consta o nome do presidente do partido na época em que os contratos foram firmados, José Fritz. Uma decisão judicial, no entanto, retirou o nome do ex-dirigente do processo. Ao Correio, o atual presidente da legenda em Santa Catarina, Carlos Vignatti, que derrotou o grupo de Ideli nas eleições internas da sigla, afirmou que não tinha conhecimento do calote. ;Inclusive, isso não estava na prestação de contas que recebi. Eu não posso me manifestar sobre o assunto simplesmente porque não tenho nenhuma informação. Eu nem sequer sabia desse processo;, defendeu-se.
Questionado se a sigla reconhecia o calote, ele afirmou que vai procurar saber o que realmente aconteceu durante a campanha de Ideli Salvatti. Vignatti afirmou que a ministra já retirou o nome da disputa eleitoral para o governo do estado neste ano. ;Em relação ao Senado, eu não sei. Ainda vamos fazer esse debate;, explicou. A relação da ministra com o diretório regional do Partido dos Trabalhadores (PT) piorou desde as denúncias de uso indevido do helicóptero do Samu (leia Memória ao lado). As chances de se candidatar a uma vaga de senadora e até mesmo de deputada federal são pequenas. Na reforma ministerial, que será iniciada em janeiro, Ideli deve perder força. Nos bastidores do Planalto, circula a informação de que ela pode ser agraciada com um ministério menor ou com uma secretaria vinculada à Presidência da República.
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