Um grupo de militantes do movimento negro procurará o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), na próxima semana, para pressioná-lo a criar a comissão especial que analisará a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que sugere a reserva de vagas para parlamentares negros e pardos na Casa. O texto foi aprovado na última quarta-feira na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e precisa passar por um colegiado antes de ir a plenário. Um dos autores da PEC, Luiz Alberto (PT-BA) adianta que defenderá uma subcota para mulheres negras na própria proposta, que, se aprovada, valerá somente nas eleições de 2018.
O objetivo de Luiz Alberto ao convidar os movimentos ligados ao tema é tentar acelerar a tramitação da PEC para que ela chegue ao plenário ainda em novembro, mês da Consciência Negra. Para o deputado, que preside a Frente Parlamentar Mista pela Igualdade Racial e em Defesa dos Quilombolas, o tema tem caminhado a passos lentos, justamente por não haver número suficiente de negros no poder público. ;Os deputados brancos não vivenciaram as sequelas da escravidão, as mazelas que os negros sofrem, por isso não dão atenção;, destaca. O presidente Henrique Alves analisará o assunto na próxima semana.
A professora da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (UnB) e coordenadora de um grupo de pesquisa que trata de questões raciais e de gênero, Renísia Garcia Filice, acha o projeto importante, mas faz um alerta: os parlamentares negros necessariamente atuarão contra o racismo e a discriminação no Congresso? ;Como fazer com que os jovens tenham mais referências positivas negras para além do futebol e do pagode?;.
A matéria completa está disponível para assinantes. Para assinar, clique