A demora para resolver de vez a questão tem a digital de dois dos maiores partidos do Congresso, que polarizam o entendimento sobre a amplitude da proposta. De um lado, o PSDB faz de tudo para que o voto aberto seja válido apenas para a cassação, ou, ao menos, que continue secreto para indicação de integrantes do Judiciário. É de autoria do senador tucano Álvaro Dias (PR) a PEC que acaba com o sigilo somente para os casos em que é analisada a perda de mandato dos parlamentares. O texto já passou pelo Senado e vinha sendo postergado na comissão especial da Câmara nas últimas três semanas.
Ontem, o colegiado aprovou a matéria na forma original. No entanto, os petistas avisam que apresentarão destaques em plenário para ampliar a proposta a todas as votações no legislativo. ;O que não pode é aprovar na Câmara antes do Senado para enganar a população, pois, se isso acontecer, os senadores não vão apreciar a versão mais ampla nunca, e essa história vai ficar para as calendas;, comentou o deputado Alessandro Molon (PT-RJ). O relator do texto, Vanderlei Macris (PSDB-PR), rebateu: ;Para que esperar mais? Não podemos deixar que o caso do deputado Natan Donadon (sem partido-RO), absolvido pelo voto secreto mesmo estando condenado e preso, se repita;.
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