Na tarde de ontem, novos servidores do Congresso filiados ao Sindilegis foram pegos de surpresa ao perceber que estavam entre os apoiadores do Solidariedade. O editor da Rádio Senado Antônio Carlos Lopes Buriti disse que vai acionar a Justiça. ;Estou profundamente indignado. Trata-se de um ato invasivo, constrangedor e criminoso. Isso é uma fraude. Dados privados foram utilizados sem consentimento para a criação de um partido. Eu sou filiado ao PSol e serei candidato a deputado distrital nas próximas eleições. Como fica a minha situação? O cartório eleitoral aceitou essa fraude;, desabafa.
A servidora do TCU Aldair Pereira Costa da Cunha também descobriu ontem que havia ;assinado; a ficha partidária da nova agremiação, chancelada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na semana passada. ;Estou perplexa. Meu nome consta na lista dos apoiadores. Em momento algum, assinei ou passei procuração para alguém. Enviei um e-mail ao Sindilegis solicitando esclarecimento sobre o fato;, afirmou.
Negação e elogio
Por meio de nota, a entidade sindical negou que Nilton Paixão tenha qualquer vinculação com o Solidariedade. ;O presidente do Sindilegis não é nem será filiado a nenhum partido político enquanto durar seu mandato. Sua atividade sindical tem como objetivo exclusivo defender os interesses dos servidores públicos representados pelo sindicato.; No mesmo comunicado, há um elogio ao criador do Solidariedade: ;O deputado federal Paulinho da Força tem o respeito dos filiados, funcionários e diretores do Sindilegis por ter relatado os Planos de Carreira dos Servidores da Câmara dos Deputados e do Tribunal de Contas da União;.
O Sindilegis rebateu a acusação de que tenha vazado os dados e alegou que, ;das seis informações necessárias para o preenchimento de uma ficha de apoio à criação de um partido, quatro delas (número do Título de Eleitor, zona eleitoral, número da seção e nome da mãe do apoiador) dizem respeito a dados que a entidade não possui nem nunca possuiu em seus arquivos;.
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