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Líderes da base aliada apoiam adiamento de visita de Dilma aos EUA

Para o líder do PT, José Guimarães (CE), ao suspender a viagem, Dilma sinaliza para uma nova relação pública com os Estados Unidos

A decisão da presidenta Dilma Rousseff de adiar a visita de Estado que faria em outubro aos Estados Unidos agradou a líderes da base aliada na Câmara dos Deputados. De acordo com o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), não teria sentido a presidenta visitar os Estados Unidos, que não deram ao governo brasileiro explicações satisfatórias sobre a espionagem a autoridades e empresas nacionais.

;Eu antevia [essa decisão], porque ela [a presidenta Dilma] deixou pública sua contrariedade", disse Chinaglia. Segundo o líder, a presidenta também claro que Brasil exigia explicações para que o encontro político ocorresse. Na visão de Chinaglia, as respostas dos norte-americanos foram, no máximo, "de amizade", e o adiamento da viagem mostra a insatisfação do governo com a situação.

Para o líder do PT, José Guimarães (CE), ao suspender a viagem, Dilma sinaliza para uma nova relação pública com os Estados Unidos. ;Ninguém deve temer os Estados Unidos. Qualquer grito dos Estados Unidos não pode inibir o governo brasileiro. A presidenta está correta, tem nosso apoio e solidariedade, ela foi uma mestra nessa ação.;



Guimarães disse que o telefonema que o presidente Barack Obama deu nesta segunda-feira (16/9) para a presidenta não resolveu o impasse criado com a espionagem eletrônica. ;Então, ela suspende a viagem e, enquanto isso, o diálogo prossegue. É isso que faz o governante que tem compromisso com a soberania do Brasil e com o Estado Democrático de Direito;, afirmou o deputado.

O líder do DEM, Ronaldo Caiado (GO), criticou a decisão da presidenta de suspender a viagem. Para ele, a presidenta deveria ter um comportamento de estadista, e não ideológico. "O Brasil deve exigir reparação e penalização de quem cometeu [atos de] espionagem, mas não cabe à presidenta adotar um comportamento ideológico. O país já conviveu com situações como a da Bolívia, quando [o presidente] Evo Morales saqueou refinarias brasileiras e o governo não tomou qualquer atitude;, ressaltou Caiado.