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Estrangeiros inscritos no Mais Médicos estão otimistas a prova de português

A prova feita hoje por 682 profissionais marca o fim da capacitação que teve a duração de três semanas e foi feita em oito capitais brasileiras

Depois de fazerem o exame de português nesta sexta-feira (13/9), os médicos com diploma estrangeiro que participam do Programa Mais Médicos, estão otimistas. Em Brasília, apesar de alguns não dominarem a língua e terem estudado o português pela primeira vez, estão confiantes na aprovação e acreditam que com a convivência aprenderão o idioma e não terão problemas em fazer atendimentos.

A prova feita hoje por 682 profissionais marca o fim da capacitação que teve a duração de três semanas e foi feita em oito capitais brasileiras. No período, os médicos estudaram português e tiveram aulas sobre o sistema de saúde público brasileiro, sobre o Sistema Único de Saúde (SUS) e aprenderam a identificar as doenças mais comuns no país. O curso no Distrito Federal incluiu também visitas a centros de saúde nas cidades satélites, em locais carentes. Ao todo, 218 médicos participaram do curso em Brasília.

Segundo o Ministério da Saúde, os médicos reprovados serão desligados do programa. Médicos com baixo desempenho deverão passar por um curso de recuperação para aprimorar o conhecimento do idioma.

"Foram semanas muito puxadas, mas foram muito boas, nós aprendemos muito", disse a médica cubana Yaqueline Causelo, misturando o português com o espanhol. Ela é médica há 16 anos. Nesse tempo atuou por cinco anos na Venezuela, em acordo semelhante ao firmado pelo Brasil. "Estou preparada para atuar no Brasil", diz com confiança. Caso aprovada, a médica atuará na cidade de Goiatins, em Tocantins.



Do total de médicos que passaram pela capacitação no Brasil, os cubanos são maioria, 400. O também cubano Diego Matias mostrou mais dificuldade com o português. "Vim para o Brasil porque ouvi sobre o programa e me interessei por atender às pessoas mais pobres e necessitadas", respondeu em espanhol. Ele é médico há 22 anos e também atuou na Venezuela por sete anos. Passado o período de três anos, no qual deve atuar na atenção básica no país, ele tem planos de voltar à Cuba e continuar trabalhando. "É a minha profissão".

"Não falo português muito bem", alerta em português, o médico colombiano Welber Mosquera. Perguntado se terá condições de atender aos pacientes, ele responde: "Acho que tenho o suficiente para fazer uma consulta, tenho o português técnico, mas tenho que continuar me preparando. Nós médicos temos que estar em preparação todos os dias. Tanto na parte acadêmica quanto no idioma e no desempenho". Mosquera formou-se há quatro anos e atuou também na Venezuela. Ele está otimista. "Acredito que serei a aprovado".

Um dos coordenadores pedagógicos do curso em Brasília, João Cavalcante, diz que os profissionais estão preparados. "Eu não acredito que a língua vá ser uma barreira. A medida que vão aumentando a relação com a população, vão aumentar também a fluência. A gente sabe das dificuldades, inclusive dentro do próprio país com os regionalismos". Ele acrescenta que, com as aulas e com os estudos dos próprios médicos, "a barreira vai desaparecer".

Perguntados sobre seus objetivos no Brasil, os médicos respondem que querem "melhorar os indicadores de saúde e fazer um bom trabalho com a comunidade". O Ministério da Saúde disse que não houve nenhuma orientação para as entrevistas.

Os médicos com diploma do exterior aprovados no curso de avaliação do Mais Médicos seguem a partir deste fim de semana para as capitais dos estados onde vão atuar. O início do trabalho está previsto para o dia 23. Com o fim do curso, os médicos estão contentes e ansiosos para começar a trabalhar. Eles se despedem de Brasília com um lanche oferecido pelos professores e com muitas fotos.