O jornalista britânico Glenn Greenwald e o seu companheiro David Miranda serão os primeiros depoentes da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Espionagem. A expectativa dos membros da comissão, que aprovaram nesta terça-feira (10/9 o plano de trabalho, é que os dois sejam ouvidos na próxima semana.
Glenn é o responsável pelas denúncias de que a agência americana de Segurança Nacional (NSA) tem espionado as comunicações de internet no Brasil, inclusive as correspondências online da presidenta Dilma Rousseff e a rede de computadores da Petrobras. O jornalista escreve as matérias com base em documentos vazados pelo ex-agente da NSA, Edward Snowden.
Depois do jornalista e de seu companheiro, que foi retido por mais de 8 horas em Londres, e teve seu computador apreendido pelas autoridades inglesas, a CPI pretende ouvir autoridades brasileiras. Foram aprovados convites para a presidente da Petrobras, Graça Foster, a diretora da Agência Nacional de Petróleo, Magda Chambriad, e um especialista em segurança eletrônica, que será escolhido.
Serão convidados também os ministros das Comunicações, Paulo Bernardo; da Justiça, José Eduardo Cardozo; da Defesa, Celso Amorim; de Relações Exteriores, Luiz Figueiredo; e do Gabinete de Segurança Institucional, José Elito. Nenhum dos convidados é obrigado a comparecer.
A CPI foi instalada na semana passada e elegeu a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) como presidenta, o senador Pedro Taques (PDT-MT), como vice, e o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), como relator. Na primeira reunião, os membros da comissão pediram proteção da Polícia Federal para Glenn Greenwald e David Miranda.