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Defesa diz que soube da presença de Pinto Molina só ao entrar no Brasil

Em nota, o ministério diz que dois fuzileiros navais acompanharam a viagem de La Paz a Corumbá, em Mato Grosso do Sul, exclusivamente para proteger o diplomata brasileiro Eduardo Paes Saboia

Nenhuma autoridade brasileira, no âmbito do Ministério da Defesa, foi consultada ou tomou conhecimento da presença do senador boliviano Roger Pinto Molina no grupo que viajou sexta-feira (23/8) da Bolívia para o Brasil, antes de o parlamentar ter ingressado em território brasileiro.

Em nota divulgada nesta terça-feira (27/8), o ministério diz que dois fuzileiros navais acompanharam a viagem de La Paz a Corumbá, em Mato Grosso do Sul, exclusivamente para proteger o diplomata brasileiro Eduardo Paes Saboia, encarregado de Negócios na Bolívia (o equivalente a embaixador interino).

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Segundo a nota, os militares cumpriram a atribuição para que foram designados ; dar segurança aos integrantes do corpo diplomático brasileiro e à embaixada ; e que a participação deles "teve o objetivo exclusivo de garantir a segurança do diplomata brasileiro". O texto informa ainda que os fuzileiros navais participaram da viagem após convocação de Eduardo Paes Sabioa.
[SAIBAMAIS]
Roger Pinto Molina deixou a embaixada brasileira em La Paz, na sexta-feira, com a ajuda de Eduardo Saboia, e seguiu em viagem de carro da Embaixada do Brasil, escoltado por fuzileiros navais. Após 22 horas de viagem, o parlamentar boliviano chegou a Corumbá, onde se encontrou com o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Ricardo Ferraço (PMDB-ES). Os dois voaram em seguida para Brasília. Pinto Molina, que faz oposição ao presidente Evo Morales, ficou asilado na representação diplomática brasileira um ano e três meses. Ele deixou a Bolívia sem ter obtido salvo-conduto.