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Cristovam Buarque: 'pactos não vão dar em nada e o povo sabe disso'

Em entrevista ao Correio, o senador diz não ter esperança que a atual geração de políticos consiga colocar em prática as mudanças reivindicadas pelos manifestantes



;Estamos vendendo ilusões;, diz o senador Cristovam Buarque sobre a pauta positiva lançada pela presidente Dilma Rousseff e pelo Congresso Nacional, em resposta aos protestos nas ruas do país. O pedetista coloca-se entre as ;vozes velhas; e afirma que não tem esperança sobre a atual geração de políticos conseguir colocar em prática as mudanças reivindicadas pelos manifestantes. Para ele, a mobilização popular pode interferir no xadrez eleitoral de 2014 e dificultar as chances de reeleição de Dilma. O senador critica a pressa nas votações de propostas no Senado e na Câmara. Alega que projetos importantes, como a destinação de royalties para a educação, passam sem a discussão necessária.

"Esses pactos não vão dar em nada e o povo sabe disso"

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Qual é sua análise sobre os movimentos que ganharam as ruas?
É o esgotamento de um modelo. Desde 1994, temos uma mesma concepção de governo. São quatro pilares: a democracia, a estabilidade monetária, a transferência de renda para os pobres e o crescimento econômico. Tudo isso está em crise. As transferências de renda, por exemplo, depois de 15 anos, não demonstraram porta de saída. Caiu a ficha e o povo foi à rua.

A resposta de Dilma, com os cinco pactos, atende as reivindicações?
É cortina de fumaça. É manipulação. A gente cansou desses pactos. Não vão dar em nada, e o povo sabe disso. Sobre a reforma política, com base em cinco pontos, dois já estão praticamente resolvidos no Congresso (o voto secreto e os suplentes de senadores). Já o financiamento público, por exemplo, foi lançado sem dizer como implantar. Ninguém pode ser inteligente quando não tem informações disponíveis. Eu não sou. Não tenho condições de votar a favor ou contra isso.

A crise e o esgotamento político

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