Em meio à crise índigena em Mato Grosso do Sul, a presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Marta Maria do Amaral Azevedo, pediu exoneração do cargo nesta sexta-feira (7/6). A informação foi repassada pela assessoria de imprensa do órgão.
A saída de Marta ocorre depois que um índio foi assassinado durante uma operação da Polícia Federal e da Polícia Militar do estado para retirada da população tradicional de uma fazenda. Os proprietários alegam terem títulos de posse da terra; os terenas lutam para fazer valer portaria do Ministério da Justiça que reconheceu a mesma área como sendo terra indígena.
A diretora de Promoção ao Desensenvolvimento Sustentável, Maria Augusta Boulitreau Assirati, assumirá o cargo interinamente a partir de segunda-feira (10/7). Segundo nota oficial, Marta deixou a Funai por razões de saúde que a levarão a se submeter a tratamento médico.
A situação dos indígenas munduruku, que estão em Brasília desde o começo da semana em manifestações contrárias à construção de usinas hidrelétricas na Amazônia, também aumentou a tensão entre governo e índios nos últimos dias. Depois de oito dias ocupando o principal canteiro de obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu, no Pará, um grupo de 140 mundurukus veio a Brasília negociar com o governo, mas, após uma semana de peregrinação e protestos, ainda não chegaram a consensos.
Marta também teve que aceitar recentemente a decisão do governo de ampliar o número de instituições às quais os processos de demarcação de terras indígenas serão submetidos. A Funai é responsável pela elaboração dos laudos antropológicos que determinam a criação de novas reservas. No entanto, o governo quer que esses processos sejam submetidos a pareceres da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e dos ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário. A Casa Civil já suspendeu novas demarcações no Paraná e no Rio Grande do Sul.
Com informações de agências