Em relatos emocionados, a cineasta Lúcia Murat e a historiadora Dulce Pandolfi descreveram, nessa terça-feira (28/5), em depoimento à Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro, as torturas a que foram submetidas nas dependências do Destacamento de Operações de Informações ; Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), durante o regime militar, e defenderam a apuração dos crimes contra os direitos humanos cometidos no período.
Dulce lembra que as sessões de tortura foram mais severas no início. Os militares tentaram obter dela o máximo de informações possível, antes que seus parentes se dessem conta de seu desaparecimento e, por isso, intensificaram os interrogatórios logo após sua prisão. Ela contou que foi submetida a choques elétricos, com o corpo molhado e preso ao pau-de-arara. Depois, foi espancada e chegou a ter um jacaré colocado sobre o seu corpo. Também foi usada como instrumento de ;aula;, para demonstrar a eficácia dos choques elétricos nas diferentes partes do corpo, quando completou dois meses de prisão.