O empenho do governo em controlar a inflação não está ligado apenas ao crescimento da economia, ao desenvolvimento do país e à manutenção da política de inserção das classes menos favorecidas. No campo político, o Palácio do Planalto não pode, em um ano pré-eleitoral, dar munição ao discurso dos adversários em potencial, como o pré-candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos, governador de Pernambuco e presidente do partido socialista. ;Eduardo só colocou a ;cabeça para fora; porque a economia estagnou no fim do ano passado. Quando retomarmos as rédeas do crescimento, ele ficará sem discurso alternativo para apresentar aos brasileiros;, declarou ao Correio um cacique petista no Congresso.
O mercado e o Banco Central estimam que o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano deve crescer entre 3% e 3,5%, bem melhor do que o 1% verificado em 2012. ;Mas temos que cuidar da inflação, ela não pode disparar de jeito nenhum, porque perderemos gordura perante o eleitorado;, complementou um articulador do PT. Além dos informes quase constantes à presidente Dilma Rousseff, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, foi escalado para tranquilizar titulares de outras pastas, oferecendo subsídios para o discurso da campanha antecipada.
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Um dos ministros responsáveis por uma pasta com obras espalhadas por todo o país acredita que a sensação de inflação ainda não chegou nas camadas mais pobres da população. Apesar de o índice atingir também essas famílias, sobretudo na chamada ;inflação de alimentos;, medidas anunciadas por Dilma em cadeia de rádio e televisão, como a desoneração das contas de luz e dos produtos da cesta básica, ajudam a aliviar a pressão inflacionária no imaginário dos brasileiros mais pobres.