Jornal Correio Braziliense

Politica

Candidatos a cargo de procurador-geral da República debatem gestão do órgão

Quatro subprocuradores-gerais da República concorrem ao cargo: Deborah Duprat, Ela Wiecko, Rodrigo Janot e Sandra Cureau



No segundo bloco do debate da ANPR, os candidatos responderam a perguntas enviadas por membros do MPF de todo o país.

Sobre o rodízio de procuradores entre diferentes áreas do MPF:
- Sandra Cureau: defende que os rodízios sejam facultativos. "Sou contra a eternização das pessoas na mesma área de atuação"
- Ela Wiecko: o rodízio pode ser estabelecido, desde que "assegurado o direito subjetivo a quem queira se manter naquele ofício".
- Deborah Duprat: é radicalmente contra o rodízio obrigatório. "É pouco razoável que um procurador experiente tenha que mudar de área."
- Rodrigo Janot: é contrário. Para ele a adoção de um rodízio entre as áreas retiraria do PGR a discricionariedade no processo de escolha

No terceiro bloco, associações do MPT, MPM e MPDFT reclamaram da priorização de um dos ramos (MPF) em detrimento dos outros três do MPU pelo procurador-geral. Um representante da ANPT perguntou como os candidatos pretendem enfrentar essa questão em relação a escolha de cargos de direção no MPU.

- Deborah Duprat: Vou examinar indicações que vierem de todos os ramos, mas não me comprometo com rodízio. Considerarei nomes de outros ramos do MPU.
- Rodrigo Janot: Não vejo essa rotatividade como uma fatia de mercado aos quatro ramos que compõem o MPU. Vejo a ocupação desses cargos como perfil.
- Sandra Cureau: Não tenho nenhum obstáculo para escolher para qualquer um desses cargos colegas de outros ramos.
- Ela Wiecko: está na hora de sentar com todos os ramos para que "mostrem suas demandas para equilibrar esse pleito"

Expectativas
Apesar das divergências nas propostas, os quatro candidatos têm uma bandeira em comum: que a gestão do órgão seja descentralizada. O titular do cargo, Roberto Gurgel, recebeu críticas por estar à frente inclusive de funções burocráticas da PGR e por não delegar uma série de funções. Entre os concorrentes à sucessão dele, Rodrigo Janot é o que mais tem reclamado do perfil do procurador-geral. De outro lado, há três mulheres com cargo de direção na atual administração, que, embora guardem uma proximidade com Gurgel, também pregam mudanças na condução da entidade.

Gurgel não anunciou apoio a nenhum candidato. Ele tem se mantido distante da corrida eleitoral organizada pela ANPR. O procurador-geral poderia se candidatar novamente, mas abriu mão diante das críticas de parlamentares, que se acentuaram durante o julgamento da ação penal do mensalão no ano passad.