Criada em dezembro de 2011, uma das instituições que representam servidores que trabalham em embaixadas brasileiras no exterior, a Associação Internacional dos Funcionários Locais do MRE no Mundo (Aflex) já recebeu mais de 50 denúncias relacionadas a assédio moral e abuso de poder. ;O assédio moral no Itamaraty existe desde sempre e, na maioria das vezes, é abafado e protegido pela cultura de silêncio da casa;, disse a presidente da Aflex, Claudia Siano Rajecki. ;Gostaria muito de acreditar que o caso Fontenelle arranhou a imagem do Itamaraty. Não porque eu não goste da instituição, mas para acabar com a zona de conforto com a qual esses problemas estão sendo resolvidos;, disse a presidente da Associação Nacional dos Oficiais de Chancelaria do Serviço Exterior Brasileiro (Asof), Soraya Castilho.
O Correio tentou entrevistar o cônsul do Brasil em Sydney, Americo Fontenelle. Por telefone, ele disse que se pronunciará após o fim do procedimento aberto pelo MRE, mas afirmou, ;como cidadão;, que as acusações não procedem. A assessoria de imprensa do Itamaraty informou que o embaixador Roberto Abdalla não pode falar com a imprensa para não invalidar o sigilo do procedimento de investigação. O cônsul-geral adjunto de Sydney, César Cidade, foi procurado ontem por e-mail, mas uma mensagem eletrônica informou que, por causa do feriado de Páscoa, os trabalhos no consulado retornam apenas na próxima terça-feira. (JC)