Jornal Correio Braziliense

Politica

Anistia Internacional considera inaceitável escolha de Feliciano

A organização entende que ele não pode presidir a Comissão de Direitos Humanos da Câmara

A Anistia Internacional publicou hoje (25) nota em que manifesta preocupação com a permanência do Deputado Federal Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) para a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDH) da Câmara dos Deputados. Pastor evangélico, ele é acusado de postar em redes sociais mensagens homofóbicas e racistas e, por isso, é alvo de protestos desde que foi indicado para o cargo.

A nota diz que as ;posições claramente discriminatórias em relação à população negra, LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros) e mulheres, expressas em várias ocasiões pelo deputado Marco Feliciano, o tornam uma escolha inaceitável; para presidir a comissão.

[SAIBAMAIS]No texto, a Anistia Internacional considera a CDH uma instância fundamental para a efetivação das garantias de cidadania estabelecidas na Constituição e destaca ainda que é ;essencial que seus integrantes sejam pessoas comprometidas com os direitos humanos e tenham trajetórias públicas reconhecidas pelo compromisso com a luta contra discriminações e violações que continuam a fazer parte do cotidiano da sociedade brasileira.;



O documento da organização faz ainda um apelo para que os ;os [as] parlamentares brasileiros[as] reconheçam o grave equívoco cometido com a indicação do deputado Feliciano e tomem imediatamente as medidas necessárias à sua substituição.;

Na última quarta-feira (20), o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Alves (PMDB-RN) fez um apelo para que Feliciano desistisse da presidência depois que uma audiência pública da comissão foi cancelada em virtude dos protestos contra a permanência do deputado no posto. A expectativa é que a amanhã (26) seja definida a situação de Marco Feliciano na presidência da CDH.

Desde que foi eleito para presidir a CDH, Marco Feliciano tem sido alvo de protestos. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel também manifestaram descontentamento com a eleição de Marco Feliciano. No sábado (23), houve manifestações em Paris e em São Paulo contra a permanência do parlamentar na presidência da comissão. O mesmo ocorreu na última quinta-feira (21), durante as comemorações dos dez anos da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial.