postado em 01/03/2013 07:12
O amplo galpão da Rua 10 do Parque São Bernardo, em Valparaíso, no Entorno, dá claros sinais de abandono. As hélices do sistema de ventilação foram retiradas, parte do revestimento do teto caiu e o mato cresceu tanto que já pode ser visto do outro lado do muro de aproximadamente 2 metros de altura. Parte da parede de tijolos erguida para proteger o local ; e impedir que a movimentação, lá dentro, fosse vista da rua ; desabou, abrindo passagem a quem queira entrar, inclusive equipes de reportagem, algo impensável há cerca de oito meses, quando, segundo a polícia, funcionava ali uma das casas de jogos de azar administradas pelo grupo ligado ao bicheiro Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
[SAIBAMAIS]
Um ano após a prisão dele pela Polícia Federal na Operação Monte Carlo, em 29 de fevereiro de 2012, várias casas usadas pela quadrilha ; e fechadas pela polícia ; estão abandonadas ou deram espaço a outros tipos de empreendimento. Mas o grupo de Cachoeira, que já não tem mais nenhum líder atrás das grades, não largou o lucrativo mercado dos jogos de azar, segundo a polícia. Segundo o Ministério Público Federal, a quadrilha foi desarticulada, mas não desmantelada.
;Há severos indícios que apontam que o grupo de Cachoeira permanece atuando. Identificamos que alguns líderes continuam, mas de forma muito mais camuflada. Eles desceram um degrau no submundo;, disse o delegado do Grupo Especial de Repressão ao Crime Organizado de Goiás, Alexandre Lourenço, ponderando que a renda da quadrilha caiu muito. Há menos de um mês, foram identificadas no Entorno três casas de jogos ligadas, segundo o delegado, a integrantes do grupo de Cachoeira, o que mantém acesa a suspeita de que o bicheiro ainda possa ter envolvimento com a exploração de jogos de azar. A estratégia, no entanto, já não é mais a mesma.