Presidentes e ex-presidentes são unânimes em afirmar que o exercício do poder é solitário. Isolados no gabinete presidencial, os donos da cadeira são obrigados a tomar decisões que afetam a vida de milhares de brasileiros. Mas até que chegue esse momento, ocorrem muitas reuniões, consultas e conversas, além da contribuição da própria bagagem intelectual, acumulada ao longo dos anos anteriores à chegada ao Planalto. Embora a decisão final seja sempre pessoal, tanto a atual presidente, Dilma Rousseff quanto os seus possíveis concorrentes no ano que vem ; Aécio Neves (PSDB-MG) e Eduardo Campos (PSB-PE) ; têm seus formadores de opinião e colegas preferenciais para a troca de ideias.
Embalada com o rótulo de gestora, a presidente Dilma Rousseff mantém no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva o principal interlocutor político. Mensalmente, eles se reúnem para avaliar os rumos políticos do governo, as relações com a base aliada e o que pode ser feito para melhorar a gestão. As conversas por telefone são ainda mais frequentes. Lula toma o cuidado para não melindrar Dilma e evitar uma intromissão indevida, embora em diversos momentos os palpites dados por ele tenham extrapolado os limites do bom senso para quem está fora da administração federal.