;É como um perdedor que ocupo hoje essa tribuna. Venho como alguém a quem a derrota corteja, certeira, transparente, inevitável, aritmética. Sou o titular da perda anunciada do que não acontecerá;. Com essas palavras o senador Pedro Taques (PDT-MT) começou nesta sexta-feira (1;/2) seu discurso na tribuna do Senado.
Candidato da oposição à presidência da Casa para o biênio 2013/2014, em oposição ao , Taques se apresentou como o anticandidato que veio para ;combater o bom combate;, mesmo que a derrota seja certa.
;Quero que a sociedade brasileira observe que as coisas podem ser diferentes, que o passado não precisa necessariamente voltar, que há modos novos e melhores de fazer política, que esta Casa não é um apêndice, um puxadinho do Poder Executivo, mas que estamos aqui também pelo voto direto que nos deram o bom povo de nossos estados;, disse.
O senador pedetista se comparou a Ulysses Guimarães, o anticandidato lançado em 1973 pelo então MDB contra o regime militar, mas desta vez para lutar pela autonomia do Poder Legislativo. ;Anticandidato-me à presidência do Senado para combater o mau vezo do Poder Executivo de despejar suas medidas provisórias, ainda que fora de situações de urgência e relevância, em continuado desprestígio de nossas prerrogativas legislativas;, disparou.
[SAIBAMAIS]Ainda em relação às medidas provisórias, Pedro Taques se comprometeu a combater com rigor os ;contrabandos legislativos;, para impedir, segundo ele, ;que o oportunismo de alguns acrescente, às já abusivas medidas provisórias, as emendas de interesses duvidosos que nada têm a ver com o objeto original da medida que se supõe urgente e relevante;.
Ao firmar seus compromissos com a Casa, como a descentralização do poder da presidência, distribuição da relatoria dos projetos por sorteio e criação de uma agenda para a votação dos vetos presidenciais acumulados no Congresso Nacional, Taques questionou a conduta do adversário.
;Como farão os vencedores? O que farão aqueles que já venceram antes e nada fizeram? Como esteve o Senado, quando ocupado pelos presumidos vencedores de hoje?;, perguntou.
Pedro Taques disse ainda que existem voltas que criam receios de continuísmo, de letargia, de erros recorrentes. ;Sou o anticandidato, o que perderá. Não sou especial. Não tenho qualidades que cada cidadão brasileiro, trabalhador e honesto, não tenha também. A ética que proclamo é aquela que quase todos os brasileiros se orgulham de cultivar. Eu não temo o próprio passado e, portanto, não tenho medo do futuro;, declarou.