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Politica

Eduardo Campos comemora o bom desempenho do PSB nas eleições municipais

Com o humor nas alturas após ver o PSB como o partido que mais cresceu após o primeiro turno das eleições municipais, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, diz que não é momento de falar em 2014. No entanto, não se compromete com o PT e o governo da presidente Dilma Rousseff. Em Brasília, antes de participar da reunião da Comissão Executiva do partido, ele conversou com o Correio. Sutil, mandou recados que indicam a possibilidade de ser candidato à Presidência. Tudo depende do cenário político e econômico daqui a dois anos. ;Se você chegar em 2014 com a economia bombando e o emprego lá em cima, o cenário é um. Se você chegar em 2014 com muitas dificuldades, os reeleitos frustrando os eleitores, a atitude da sociedade sobre o processo político será outra.;

Eduardo Campos avaliou de maneira positiva o governo Dilma, mas fez uma declaração que pode ser interpretada como uma suave cobrança. "Nesses dois anos, as cobranças são maiores e as contradições ficam mais evidentes. É preciso ter mais paciência e capacidade de fazer as entregas que a população vai cobrando". Na reunião da Executiva do PSB, na tarde de ontem, o governador do Ceará, Cid Gomes, declarou que ;se o partido deseja ter chances reais de chegar à Presidência da República, precisa esperar 2018;. Para Campos, a oportunidade pode aparecer antes.


O senhor falou com Lula ou Dilma após o resultado do primeiro turno das eleições?
Não. E não há nada marcado. Apenas a reunião da Comissão Executiva do PSB.

A vitória no Recife é prenúncio de passos futuros de um projeto nacional do PSB?
O PSB fez uma eleição muito positiva. Tivemos uma vitória importante. Acima das expectativas. Nós estamos crescendo a cada eleição e esse crescimento decorre dos acertos políticos que têm dado resultados eleitorais. E é claro que teremos muita responsabilidade com essa vitória. Cabeça no lugar, pé no chão, olhar para o futuro, muita tranquilidade. Saber que a pauta, agora, não é 2014. A pauta é outra. É ajudar o país. A crise internacional já aponta sinais de recrudescimento e é preciso que a gente ajude a presidente Dilma.

O senhor tem feito um discurso nacional e bate na tecla do novo federalismo, exatamente no momento em que os prefeitos estão muito insatisfeitos em razão da queda do Fundo de Participação dos Municípios (FMP) e da crise fiscal. É uma maneira de o PSB ganhar terreno?
Estou expressando algo que vem sendo colocado não apenas pelos prefeitos do PSB. Eu recebo prefeitos de todos os partidos e há uma crise fiscal efetiva na vida dos municípios. Há uma pauta dos municípios com a União e uma dos governadores. Os estados mais pobres estão pagando juros da dívida de 16% (ao ano). É uma coisa inaceitável. A gente precisa de uma ação solidária para refletir sobre um novo federalismo, sim. A eleição que acabou é um momento de esperança porque vários prefeitos novos se elegeram. A linha que separa a esperança da frustração é muito tênue e tem muito a ver com esse debate.