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Três das nove cidades da Baixada Santista podem ter segundo turno

São Paulo ; Das nove cidades da região metropolitana da Baixada Santista, três têm possibilidade de eleger seus prefeitos no segundo turno: Santos (329.640 eleitores), São Vicente (250.125 eleitores) e Guarujá (219.211 eleitores). Os municípios de Praia Grande, Mongaguá, Itanhaem, Peruíbe, Cubatão e Bertioga, que têm menos de 200 mil eleitores, conhecerão serão seus novos administradores já no primeiro turno.

Em Santos, a cidade mais importante da região, com 419.530 habitantes, Produto Interno Bruto de R$ 22,546 milhões, renda per capita de R$ 54.054,76, e sede do principal porto do país, a expectativa era a de que a descoberta de óleo na camada pré-sal, em 2007, começasse imediatamente a impulsionar a economia da cidade, já que foi escolhida pela Petrobras como local onde ficará a sede central de controle das operações da Bacia de Santos.

Mas, segundo o diretor do Sindicato da Habitação (Secovi) em Santos, Renato Monteiro, o que o mercado imobiliário do município está experimentando é igual ao que ocorre no restante do país, em razão da economia mais equilibrada. Monteiro ressaltou que o pré-sal ainda é uma perspectiva. ;Há uma porção de variáveis que interferem na questão do pré-sal. Por isso, não é um negócio que vai começar amanhã. O pré-sal vai causar reflexos na região, mas o que enfrentamos do ponto de vista real foram lançamentos de edifícios de escritório no ano passado e retrasado;.

O diretor do Secovi explicou que, pelo fato de a região ter ficado muitos anos com números negativos no setor habitacional e ter vivido um período de rejeição até por parte dos veranistas, houve um grande represamento dos negócios. ;Quando começou a ter negócio, de 2005 para cá, o volume de pessoas com necessidade de compra de padrão médio e alto era muito grande. Com isso, tudo o que havia disponível foi absorvido, mas a demanda continuou. Por isso os preços subiram;.



O diretor de infraestrutura do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), Julio Diaz, explicou que o movimento para chamar a atenção das indústrias sobre as demandas que o pré-sal vai gerar já começou na entidade. A ideia é conversar com as indústrias para mostrar o potencial de negócios em torno do pré-sal. ; O setor envolve uma gama muito grande da indústria e isso terá muito impacto. O desenvolvimento de Santos será muito grande no sentido da entrada de novos players no mercado. A indústria está se preparando para ser fornecedora para todo o sistema do pré-sal;.

[SAIBAMAIS]Para o consultor de gestão empresarial santista Paulo Queija, as áreas que devem registrar maior crescimento são justamente a indústria, serviços, hotelaria, turismo, escritórios virtuais e tudo o que dará apoio aos funcionários da Petrobras que sejam deslocados para a cidade a fim de ocupar duas torres que estão sendo construídas pela empresa no município. ;Santos foi uma das cidades que menos cresceu nos últimos dez anos em termos de população. Com esse processo, que está acontecendo, deve ser uma das que mais vão crescer;.

Queija destacou que há um risco de a demanda por profissionais em diversas áreas não ser atendida pela mão de obra da cidade, já que Santos ainda é um município do qual grande número de pessoas viaja todos os dias para trabalhar em São Paulo. ;Vai começar a haver uma inversão do processo porque, em São Paulo, há muita gente qualificada, e Santos vai precisar. Os salários vão ter que ser aumentados e isso vai atrair as pessoas;.

O coordenador pedagógico da Faculdade Unimonte, Edson Florentino José, explicou que, com a possibilidade do pré-sal, foi feita uma avaliação para descobrir quais as vocações da região e a conclusão foi a necessário de priorizar a formação e a capacitação de mão de obra para as atividades que envolvem a cadeia produtiva do setor. ;Não é só a atividade fim, que é a exploração do gás e do petróleo, temos que compreender que existe toda uma cadeia produtiva. Nos voltamos para melhorar os cursos que já temos e criar outros que estejam vinculados a essa atividade;.

Mas, segundo ele, apesar de o assunto já ser comum na sociedade santista, a população ainda não se conscientizou e nem se movimentou o suficiente para começar a buscar qualificação a fim de acompanhar as necessidades que devem ser geradas pelo pré-sal. ;A procura pelos cursos já começou a aumentar, mas ainda muito voltada apenas para a atividade fim, enquanto haverá outras com tanta ou mais demanda de profissionais. O que vai gerar maior movimento são as outras áreas que darão suporte;, disse.