Jornal Correio Braziliense

Politica

Lançada em 2010 pela Justiça Eleitoral, doação via internet não decola

Apenas dois candidatos a prefeito conseguiram levantar algum dinheiro pela rede de computadores. Em todo o país, foram arrecadados apenas R$ 203 mil. Nos EUA, esse tipo de financiamento movimenta milhões de dólares

Lançada em 2010 pela Justiça Eleitoral como uma forma de aproximar o eleitor do candidato e melhorar o sistema de arrecadação dos partidos, a modalidade de doação via internet não deslanchou. Somente 34 candidatos a prefeito e vereador, dos quase 450 mil espalhados pelo país, receberam algum dinheiro pela internet. As doações feitas pela rede somam apenas R$ 203,4 mil, montante que não representa sequer 0,1% do total arrecadado pelos candidatos, comitês e diretórios para o pleito deste ano. Em São Paulo, maior colégio eleitoral do país, nenhum candidato à prefeitura da cidade recebeu recursos pela web ; situação bem diferente da dos Estados Unidos, onde as doações por computador alcançam cifras milionárias.

;Essa via ainda é muito pouco explorada no Brasil. Não temos essa cultura de doações dos eleitores aos candidatos aqui, muito menos eletronicamente. Nos EUA, há mais de 40 anos se admite doações diretas dos eleitores a quem disputa cargos públicos;, explica o professor de direito eleitoral da Universidade de Brasília (UnB) Augusto Aras. Segundo ele, as relações comerciais via internet ainda não conquistaram a confiança do brasileiro. ;Não há mecanismos confiáveis. Nos últimos anos, 30 milhões de crimes foram praticados na rede. A doação eleitoral nessa via ainda é carente de segurança jurídica para a aceitação do cidadão brasileiro;.