Em meio à crise da Síria, às revoltas populares em vários países de maioria muçulmana e aos ataques a representações diplomáticas norte-americanas e de aliados, a presidenta Dilma Rousseff condenou nesta terça-feira (2/10) a violência e o preconceito contra o islamismo e os Estados Unidos. Ao discursar na 3; Cúpula de Chefes de Estado e de Governo América do Sul;Países Árabes (Aspa), ela criticou qualquer possibilidade de intervenção militar externa nos países em conflito.
;[A solução] só poderá ser encontrada por eles próprios [os países em conflitos]. Sabemos que o caminho desses países passa por eles;, disse a presidenta, em defesa da busca pelo diálogo e uma alternativa negociada.
Dilma reiterou ainda que as manifestações na Primavera Árabe refletem os desejos universais.
;O mundo árabe vive profundas mudanças, que exprimem anseios universais, como [o desejo de] justiça social e liberdade;, disse a presidenta, lembrando que a história recente na América do Sul mostra que os países da região também viveram ;processos semelhantes e luta política e inclusão social;.
Como na 67; Assembleia Geral das Nações Unidas, Dilma criticou a onda de violência na Síria, que completa 19 meses, e cobrou do governo do presidente do país, Bashar Al Assad, e da oposição providências. Para ela, todos têm responsabilidades. ;Estamos conscientes que a maior responsabilidade recai sobre o governo de Damasco. Mas sabemos também das responsabilidades das oposições armadas, que contam com o apoio militar e logístico estrangeiro;, disse.
Ao mencionar os episódios recentes de violência religiosa envolvendo muçulmanos e ataques a representações diplomáticas norte-americanas e de aliados, a presidenta disse que o Brasil repudia a intolerância. Nos últimos dias, várias representações diplomáticas foram atacadas por muçulmanos indignados com o filme anti-Islã, produzido nos Estados Unidos.
;Repudiamos todas as formas de intolerância religiosa, todas as manifestações de islamofobia;, disse a presidenta. Ela lembrou que o repúdio também é válido contra os ataques a representações norte-americanas, alemãs e britânicas.