Pouco antes das 11h desta terça-feira (25/9), a presidente Dilma Rousseff iniciou o discurso dela durante a 67; Assembleia Geral das Nações Unidas, realizada em Nova York. A presidente falou sobre diversos temas, como a crise econômica mundial, o terrorismo na Síria e a islamofobia, além de fazer um apelo para uma coordenação entre G20, FMI e Banco Mundial. O encontro reúne 120 chefes de Estado e chanceleres.
Ela reagiu à acusação do governo dos Estados Unidos, de que o Brasil adotou medidas protecionistas para garantir mercado aos seus produtos. Dilma ressaltou que todas as decisões, adotadas no Brasil, são respaldadas pela Organização Mundial do Comércio (OMC). Ela negou irregularidades ou desvios de conduta. ;O protecionismo deve ser combatido, pois confere maior competitividade de maneira espúria;, disse. Dilma também defendeu o direito dos países emergentes de proteger suas economias e criticou as políticas monetárias expansionistas.
Dilma reiterou que as dificuldades, que citou há um ano, quando abriu a 66; Assembleia Geral das Nações Unidas, ainda permanecem apenas com alguns ;novos contornos;. ;Constato a permanência de muitos problemas que nos afligia cuja solução é cada vez mais urgente;, advertiu ela. ;A crise econômica ganhou novos retornos, a opção por políticas ortodoxas agrava gerando reflexos em países emergentes.;
Em uma crítica aos líderes políticos dos países europeus e dos Estados Unidos, a presidenta disse que ;as principais lideranças ainda não encontraram o caminho; para articular alternativas para a economia associadas à inclusão social. Segundo ela, essa ausência de alternativas ;afeta as camadas mais vulneráveis da população; causando a fome, o desemprego e a desilusão. ;A história revela que a austeridade quando exagerada e isolada do crescimento derrota a si mesma. [No Brasil nós] aumentamos nossos investimentos em infraestrutura e combate à inflação, de inclusão social e combate à pobreza. Reduzimos a carga tributária e o custo da energia;, disse Dilma, informando que mais de 40 milhões de brasileiros foram retirados da pobreza nos últimos anos.
Terrorismo na Síria
Dilma fez um apelo às nações ao condenar a onda de terror que continua a fazer milhares de vítimas na Síria, "como presidente de uma pátria onde há milhões de descendentes sírios". "Não há uma solução militar para a crise síria. A diplomacia e o diálogo são a alternativa", disse. Porém, ressaltou que as responsabilidades sobre os 18 meses de conflitos, que causaram mais de 25 mil mortes, recaem sobre o presidente sírio, Bashar Al Assad, e também a oposição.;Lanço um apelo para que as partes envolvidas nos conflitos deponham as armas e juntem suas forças [em busca de uma solução pacífica];, disse.
Antes que seja tarde
O discurso de abertura dos debates foi feito pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon. A crítica dele se voltou para o ;tempo de transformações; que a população mundial está vivendo, no qual, segundo ele, ;governos estão desperdiçando investimentos em pessoas;.
Para o secretário é obrigação dos governantes atender às demandas das pessoas que querem progresso e soluções. Ele também destacou como urgente as mudanças acerca dos perigos do aquecimento global. ;Precisamos mudar os rumos antes de descobrirmos que é tarde demais;, diz.
O secretário-geral afirmou que a guerra civil na Síria é uma calamidade que agora ameaça a paz mundial e exige medidas do Conselho de Segurança das Nações Unidas. "O conflito na Síria é uma calamidade regional com ramificações globais", afirmou Ban, acrescentando que o presidente Bashar al Assad está cometendo "brutais abusos aos direitos humanos".
Com informações da France Presse e da Agência Brasil