O ato público, promovido por trabalhadores nesta quinta na Avenida Paulista, para fortalecer a campanha salarial de cinco categorias acabou enveredando para uma discussão política sobre o caso mensalão. No carro de som, que ficou estacionado em frente a uma agência do banco Bradesco, o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, afirmou que relacionar o nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao caso do mensalão era uma tentativa da mídia de enfraquecer a classe trabalhadora.
O que querem fazer em Brasília é derrotar a classe trabalhadora. Querem colocar na nossa cabeça que não podemos governar o Brasil porque trouxemos ao País a corrupção", disse Freitas a cerca de 400 trabalhadores e dirigentes sindicais que se encontravam na mobilização desta manhã.
O presidente da CUT criticou a revista Veja, que trouxe reportagem de capa sobre o publicitário Marcos Valério com informações, que ele teria repassado a pessoas próximas, sobre o suposto envolvimento do ex-presidente Lula no esquema que vem sendo julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). "Derrotando o presidente Lula, eles derrotam todos nós", acrescentou Freitas. O único momento em que trabalhadores que participaram do ato repetiram frases puxadas pelos dirigentes sindicais foi o coro de apoio a Lula: "O Lula é meu amigo, mexeu com ele, mexeu comigo."
A mobilização durou cerca de uma hora e reuniu representantes de metalúrgicos, bancários, químicos, petroleiros e servidores dos Correios. Encerrada a manifestação, a maioria dos trabalhadores deixou o local e alguns ficaram reunidos nas portas de agências bancárias na Avenida Paulista, que estavam fechadas. Nesta quarta (19) cerca de 33% das agências do País já estavam sem funcionar por conta da greve.
"A greve continua até o momento em que a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) nos chamar para negociar. No ano passado (a greve) durou 21 dias", disse a presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Juvândia Moreira.
Bancários e servidores dos Correios continuam a greve iniciada nesta semana. Os metalúrgicos realizam greve e paralisações em vários pontos do Estado de São Paulo, enquanto os petroleiros esperam proposta da Petrobras, mas segundo trabalhando.
Os trabalhadores do setor químico entregam na próxima semana a pauta de reivindicações aos empregadores, com pedido de aumento salarial de 12%.