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Comerciante diz que teve nome usado ilegalmente para negócios de Cachoeira

Segunda pessoa a prestar depoimento nesta quarta-feira (15/8) à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira, a comerciante Roseli Pantoja da Silva negou envolvimento com os negócios do empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira - acusado de liderar esquema de jogos ilegais. A comerciante disse que soube das denúncias pela internet e que seu nome está sendo usado ilegalmente.

Roseli também negou ser dona da Alberto & Pantoja, apontada pela Polícia Federal como uma empresa de fachada para lavar dinheiro do esquema montado por Cachoeira. ;Não trouxe advogado e estou aqui sozinha. Meu nome foi usado. Fiquei sabendo [das acusações] há dois meses, por meio de um jornalista. Não tenho nada, nenhum envolvimento com essa quadrilha. Meu nome foi usado e estou aqui para esclarecer;, disse Roseli Pantoja.

No início do depoimento, o relator da comissão, deputado Odair Cunha (PT-SP), perguntou se o número no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) que consta na CPMI é dela. A comerciante negou e disse que seu nome é escrito com ;i; e não com ;y;, como foi incluído nos registros da comissão.

Roseli Pantoja informou que foi casada com Gilmar Carvalho Moraes, contador que é apontado pela Polícia Federal como integrante da quadrilha montado por Cachoeira. Disse ainda que, antes da separação, ocorrida há 10 meses, assinou uma procuração para o ex-marido para que ele providenciasse a abertura de uma empresa.[SAIBAMAIS]

De acordo com PF, Roseli Pantoja seria sócia de seis empresas. Mas, ao depor hoje, ela apenas admitiu ser dona de uma empresa que ainda não está com a situação regularizada porque o ex-marido não concluiu o processo de abertura. Roseli informou que o ex-marido usou a procuração para abrir uma conta e emitiu vários cheques sem fundo. Segundo ela, o ex-marido esteve envolvido com drogas.



Diante das informações prestadas por Roseli, vários integrantes da comissão levantaram a suspeita de que o ex-marido tenha usado o CPF dela para abrir as empresas. ;Isso mostra claramente o nível de complexidade dessa organização criminosa, que usa nome de pessoas para fazer uma movimentação milionária. A empresa em nome da Roseli movimentou mais de R$ 60 milhões, desses quase metade originários da Delta;, disse Odair Cunha.