O secretário de transportes do Distrito Federal, José Walter, afirmou, em depoimento na audiência de instrução do processo da Operação Saint-Michel, que não conhece o bicheiro Carlinhos Cachoeira. O secretário é o primeiro a falar na oitiva, que começou por volta das 14h30, na sede do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), onde Cachoeira dará explicações sobre a tentativa de se infiltrar no sistema de transporte do DF.
Apesar de negar que sabia quem era o bicheiro, José Walter afirmou que conhecia Claudio Abreu, ex-diretor da Delta, quando trabalhava em uma empresa de construção. As informações foram repassadas por meio do Twitter do Tribunal de Justiça.
Por determinação da juíza Ana Cláudia Costa Barreta, a imprensa está proibida de acompanhar a audiência. Cachoeira chegou acompanhado por diversos policiais, mais magro e vestindo uma camisa branca. Segundo o TJDFT, Cachoeira entrou algemado, mas a juíza pediu que as algemas fossem retiradas do réu.
A audiência ocorre em plena crise entre a defesa e Cachoeira. O ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos e a advogada Dora Cavalcanti Cordani apresentaram, na terça-feira (31/7), uma petição de renúncia como representantes do bicheiro na ação penal em curso na 5; Vara Criminal de Brasília.
[SAIBAMAIS]Mesmo assim, ficaram mantidos para esta tarde os depoimentos dele e dos outros sete acusados de formação de quadrilha e tráfico de influência no sistema de bilhetagem eletrônica do transporte coletivo do Distrito Federal. Pela lei, os advogados precisam continuar na defesa do cliente até 10 dias após deixarem o caso.
Dessa forma, a equipe de Thomaz Bastos terá de acompanhar a audiência de hoje em que deverão ser ouvidos Cachoeira e os outros réus depois das testemunhas de acusação e de defesa. Ao ser interrogado pelos promotores do Núcleo de Combate às Organizações Criminosas (NCOC) do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), responsáveis pela Operação Saint-Michel, Cachoeira terá o direito de permanecer calado.