Perguntas repetidas, apego a especificações técnicas e muita ironia nos debates. Afinados, os oito advogados de defesa que representam os réus do processo que apura atuação de Carlinhos Cachoeira na formação de organização criminosa conseguiram vencer o tempo e adiar a exposição do bicheiro ao crivo da Justiça. Com o atraso, Cachoeira deve voltar hoje para Brasília sem prestar depoimento. Na manhã de hoje, o juiz Alderico Rocha Santos e representantes do Ministério Público ouvem a terceira das 14 testemunhas previstas para os dois dias de audiência.
A acusação desistiu de testemunhas para tentar acelerar a audiência e ouvir Cachoeira ainda hoje, mas a defesa insistiu em tomar o depoimento do agente da Polícia Federal para atrasar a sessão. Como os réus só devem depor depois de as testemunhas de defesa serem ouvidas,
a previsão é de que o bicheiro seja transferido de Goiânia para a Penitenciária da Papuda sem ser ouvido.
[SAIBAMAIS]O juiz Alderico informou que não pode solicitar a permanência do contraventor por mais um dia na capital de Goiás por questões de logística de segurança planejada pelos envolvidos no esquema de transferência de Cachoeira. Com ou sem depoimento ele deve voltar hoje para Brasília.
Ainda como estratégia para atrasar a audiência, a defesa arrolou o deputado estadual Daniel Messac (PSDB) como testemunha de defesa. Como o parlamentar da Assembléia de Goiás está viajando e só volta dia 6, os réus só seriam ouvidos no próximo mês. Mas o advogado do réu Wladmir Garcez, Ney Moura Telles, anunciou que desistiu de ouvir o depoimento do deputado na abertura da audiência de hoje.