Quase 20 dias após o presidente nacional do PSD e prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, intervir no diretório municipal de Belo Horizonte, no dia 5 deste mês, e impedir a coligação com o PSB do prefeito Márcio Lacerda, a Executiva do partido referendou, na tarde de ontem, todo o processo de intervenção nacional pelo placar de 14 a 1. A sigla aprovou a decisão que havia sido tomada por Kassab e disse sim à candidatura do ex-ministro petista Patrus Ananias. Uma nova comissão provisória do partido vai ser nomeada na capital mineira. O trator de Kassab foi alimentado pelo Palácio do Planalto na tentativa de enfraquecer o pré-candidato tucano à Presidência da República, senador Aécio Neves (PSDB), que apoia a reeleição do prefeito Márcio Lacerda.
A senadora e primeira-vice-presidente do partido, Kátia Abreu, foi a única integrante da Executiva a votar contra a intervenção. Ela deixou no ar a possibilidade de migrar para o PMDB em razão do ;caciquismo; de Kassab. O convite já foi feito formalmente pelo vice-presidente da República, Michel Temer. Ontem, ela se esquivou quando questionada se realmente sairia do PSD. ;Isso não foi posto no encontro". Kátia Abreu foi a primeira a deixar a reunião. Saiu fazendo duras críticas à condução do processo. ;Acho que este ato é ilegal e arbitrário. A política não é feita apenas de um advogado lendo um relatório, citando incisos e artigos. Nós temos o direito da minoria. Isso é garantido na Constituição.;