Conversas grampeadas pela Polícia Federal, com autorização judicial, mostram indícios de que o secretário de Segurança Pública de Goiás, João Furtado Neto, estaria envolvido com o esquema do bicheiro Carlos Cachoeira. As interceptações telefônicas mostram Cláudio Abreu, ex-diretor da Delta, irritado por Furtado Neto ter, supostamente, congelado o repasse de verbas para a empreiteira. O secretário seria o responsável por fazer um intermédio entre Cachoeira e a Delta.
Cláudio Abreu teria explicado a Cachoeira, em conversa telefônica, que o secretário ameaçava não renovar o contrato para carros de aluguel e realizar licitações caso o compromisso com ele não fosse cumprido. Tal compromisso seria, segundo a PF, o pagamento de propina. A polícia acredita que o valor destinado a Furtado Neto estava sendo embolsado por outro político goiano, o governado Marconi Perillo (PSDB).
A assessoria do secretário negou o envolvimento dele com esquemas ilegais em nota divulgada hoje e disse que os pagamentos da Delta seguiam um cronograma desde janeiro de 2011, quando Furtado Neto assumiu o cargo.