A queda de braço entre governo e oposição em torno dos chamados restos a pagar ; emendas empenhadas que sobraram de exercícios anteriores ; parou as votações no Congresso e levou a Casa a suspender o início do recesso parlamentar, que estava marcado para o próximo dia 17. Capitaneadas pelo DEM, as legendas oposicionistas têm obstruído as votações no plenário da Câmara e a apreciação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) na Comissão de Orçamento. A movimentação é um protesto contra o tratamento diferenciado dispensado pelo Palácio do Planalto aos partidos da base aliada no empenho de emendas até o último dia 6 (veja tabela), quando venceu o prazo para a liberação de recursos orçamentários para emendas parlamentares, por conta do ano eleitoral.
O esvaziamento precoce do Congresso por conta do período das campanhas municipais colaborou para dar poder de fogo à ;rebelião; dos oposicionistas. Ontem pela manhã, a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, teve uma reunião de emergência com o presidente da Comissão de Orçamento, deputado Paulo Pimenta (PT-RS), e o líder do governo no Congresso, senador José Pimentel (PT-CE), para traçar uma estratégia que garanta o quórum necessário para as votações.