Demóstenes Torres, ex-senador da República, cassado ontem em sessão histórica por 56 votos a 19 por quebra de decoro parlamentar após denúncias de envolvimento com o bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, voltará em breve ao Ministério Público de Goiás (MPGO) para atuar como procurador de Justiça. Acusado de ser o braço político de uma organização criminosa, Demóstenes, segundo da história a perder o mandato em plenário, terá agora novamente uma caneta na mão para denunciar quadrilhas, como a do amigo Cachoeira.
Não existe nenhum tipo de impedimento legal. No novo trabalho, o ex-senador será chefiado pelo irmão, o procurador-geral de Justiça do MPGO, Benedito Torres. Detalhe: interceptações telefônicas da Polícia Federal, obtidas pelo Correio, apontaram que o ex-senador goiano garantiu a Cachoeira interferir diretamente em procedimentos internos do MPGO. Ontem, nos seus últimos 35 minutos de pronunciamento como senador, Demóstenes chegou a dizer que era ;o pai do Ministério Público; por tudo que já tinha feito pela instituição em seu estado de origem.