O senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), acusado de colocar o mandato parlamentar a serviço do bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, segue o seu calvário. Na tarde de ontem, durante o sexto discurso que fez na tribuna do Senado Federal desde a semana passada, ele defendeu que não quebrou o decoro ao negar a relação com Cachoeira, ao falar da tribuna aos senadores em 6 de março ; interceptações telefônicas realizadas pela Polícia Federal nas operações Vegas e Monte Carlo evidenciaram posteriormente que o parlamentar era o braço político de Cachoeira no Congresso Nacional. ;Se o parlamentar mentir, é um problema dele com sua consciência e sua audiência, não com o decoro. Aliás, nada do que o parlamentar diz da tribuna pode ser quebra de decoro;, disse Demóstenes.
Embora não tenha convencido seus pares com a fala, o senador pôde comemorar uma vitória importante: o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Melo negou pedido do senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) para que o parlamentares pudessem externar o posicionamento no momento da votação do pedido de perda do mandato, que ocorre amanhã, no plenário do Senado. De acordo com a decisão, o sigilo do voto é imposto pela Constituição.