O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), avaliou nesta quinta-feira (5/7) que a situação do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) é delicada com relação ao julgamento do mandato pelo plenário. Questionado sobre o assunto ao chegar ao Congresso, Sarney disse que "o clima dentro da Casa [Senado] é bem desfavorável ao senador Demóstenes".
O julgamento em plenário do processo de cassação do mandato parlamentar do ex-líder do Democratas está marcado para o dia 11. Na avaliação de José Sarney, a sessão plenária de julgamento do parlamentar terá comparecimento quase completo dos 81 senadores. Ele acrescentou que, quando o Senado tem que deliberar um processo de cassação de mandato, é tradição o comparecimento em massa dos senadores.
Ontem (4), a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) aprovou por unanimidade e encaminhou à Mesa Diretora o relatório do senador Pedro Taques (PDT-MT) pela cassação de Demóstenes. Vários senadores, inclusive o relator da matéria no Conselho de Ética, Humberto Costa (PT-PE), consideram que só o fato de Demóstenes Torres, nas suas palavras, "haver mentido" em discurso no plenário, justifica a perda do mandato.
Os senadores se referem a discurso de Demóstenes Torres, pronunciado logo que apareceram as primeiras denúncias de envolvimento com o empresário goiano Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, investigado como chefe de um esquema de corrupção e exploração de jogos ilegais.
Nesse pronunciamento, o senador negou qualquer envolvimento com os negócios do empresário, ainda que admitisse ter recebido presentes de casamento de Cachoeira.