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Demóstenes tenta a última cartada e decide falar para salvar o mandato

Defesa do senador goiano afirma que o parlamentar, acusado de ser o braço político da quadrilha de Cachoeira, realizará discursos da tribuna nos próximos dias. Em duas semanas, plenário deve votar a cassação do seu mandato

Após procurar reservadamente vários senadores na tentativa de convencê-los de sua inocência, o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), no foco das denúncias envolvendo o bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, tenta a última cartada, a partir de hoje, para salvar o mandato: ele decidiu romper o silêncio e falar. O parlamentar goiano vai ocupar a tribuna do Senado e proferir uma série de discursos até 11 de julho, data em que o pedido de cassação do mandato aprovado pelo Conselho de Ética por unanimidade deve ser votado em plenário. Vai usar um tom emocional para sensibilizar seus pares.


A informação foi confirmada, na tarde de ontem, pela defesa de Demóstenes. O senador utilizará o tempo das sessões ordinárias para rebater todos os pontos da acusação. A estratégia é totalmente diferente da que vinha sendo adotada até o momento. Apenas em 6 de março, uma semana após as primeiras denúncias, o parlamentar goiano ocupou a tribuna. Na ocasião, negou qualquer ligação com negócio ilegais do bicheiro. Foi aparteado por 44 senadores. Todos demonstraram confiança e solidariedade. No entanto, após divulgação de novas interceptações telefônicas nas quais ficava explícita a intimidade com Cachoeira, a situação ficou insustentável. O senador recolheu-se e adotou o silêncio como estratégia. Só voltou a falar durante depoimento no Conselho de Ética. Na CPI, calou-se novamente.