A situação do governador de Goiás, Marconi Perillo, ficou complicada após o depoimento do jornalista Luiz Carlos Bordoni na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira. No momento mais tenso da oitiva, Bordoni disse que a ex-chefe de gabinete de Perillo, Eliane Gonçalves Pinheiro, era Cachoeira incrustada no governo goiano.
"O governador disse não ter relações com o tal bicheiro. Disse que esteve com ele 3 vezes. Que falou com ele por telefone uma vez. Que saibamos, o governador o recebeu no Palácio uma vez, mas encontrou com ele no hangar. Houve outros jantares. Acredita-se na ocorrência de outros encontros não revelados", relatou o depoente.
Ele também reclamou de ter sido apontado pela mulher de Cachoeira, Andressa Mendonça, como chantageador. "Quem sou eu para achacar o rei do achaque, o Al Capone do Cerrado. Vou processar todos eles, inclusive o dono da banda dos desafinados", disse.
Indignado com as declarações do radialista, o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) alegou questão de ordem, que foi negada pelo presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB). Bordoni tentou continuar a oitiva, mas foi interrompido novamente por Carlos Sampaio, que disse que ele havia faltado com respeito. O senador Mário Couto acompanhou o coro e chamou a testemunha de "safado e vagabundo". Vital do Rêgo, tentou acalmar os ânimos e pediu ao depoente que não dirigisse a palavra aos parlamentares, respeitando os ritos da sessão. "Eu entendo as emoções dos senhores", disse.