O Grupo Tortura Nunca Mais se reuniu hoje (12) com a Comissão Nacional da Verdade para oferecer o acervo com 707 processos instaurados pelo Superior Tribunal Militar durante a ditadura (1964-1985). O material, gravado em microfilme e enviado para o exterior, foi repatriado no ano passado. Ele está sendo digitalizado e será disponibilizado ao público pela internet no site do Ministério Público Federal (MPF).
A presidenta do Grupo Tortura Nunca Mais, a jornalista Rose Nogueira, explicou que o trabalho ainda não foi concluído porque parte dos arquivos está danificado. Segundo ela, a dimensão do projeto demonstra a importância da sociedade civil para preservação da memória do período ditatorial. ; É um trabalho enorme da sociedade civil;, ressaltou.
[SAIBAMAIS]O grupo aproveitou a oportunidade para reivindicar da comissão que também investigue as violações de direitos humanos cometidas contra os povos indígenas. ;Que os povos nativos em geral sejam, na minha opinião, objeto de uma subcomissão;, defendeu Rose Nogueira.
Mais cedo, a comissão ouviu o sociólogo peruano Eduardo Gonzalez, diretor do programa Verdade e Memória do Centro Internacional para Justiça de Transição. Ele falou sobre a sua experiência na Comissão Peruana de Verdade e Reconciliação e de outras iniciativas semelhantes no mundo. Os conhecimentos técnicos deverão ajudar a balizar as atividades da comissão brasileira, informou a assessoria da Comissão da Verdade.