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Perillo nega ter qualquer envolvimento com o bicheiro Carlinhos Cachoeira

Respondendo às perguntas dos parlamentares, o governador de Goiás, Marconi Perillo, reiterou jamais ter tido qualquer relação com o contraventor Carlinhos Cachoeira. Ele presta depoimento nesta manhã de terça-feira (12/6) na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga o bicheiro.



[SAIBAMAIS]O governador negou que tenha usado aeronaves ou outros bens de Cachoeira ou pessoas ligadas a ele. Ressaltou também não ter conhecimento de que o senador Demóstenes Torres (sem partido) era amigo de Cachoeira. "Eu ouvi falar no nome do empresário Carlos Cachoeira por volta de 1996, quando era deputado federal. É que ele havia ganho essa licitação pela Gerplan para administrar jogos da loteria de Goiás. Só muito tempo depois, em um aniversário, o vi pela primeira vez", disse.

Jogos ilegais

O relator da CPI, deputado Odair Cunha (PT-MG), perguntou a Perillo se houve alguma operação do governo para combate ao jogo ilegal no estado. ;A determinação minha sempre foi de combater a contravenção;, respondeu. Odair Cunha mencionou uma denúncia, feita por um major goiano, de que a Polícia Militar de Goiás não poderia reprimir caça-níqueis de Cachoeira. Perillo respondeu que a denúncia é desmentida pelos números de apreensões de máquinas em seu governo.

Perillo demonstrou irritação com a insistência do relator sobre a atuação da PM na repressão de caça-níqueis. "Já disse aqui que muitas das citações feitas em relação ao meu nome foram me xingando", comentou. Na avaliação de deputados e senadores da CPMI, a apuração das circunstâncias em que a casa foi vendida servirá para tentar esclarecer o grau de proximidade do governador com o Cachoeira.

Amizade antiga

Ao ser perguntado sobre a relação com o ex-vereador Wladimir Garcêz, Perillo diz conhecê-lo há mais de 20 anos. Garcez é apontado pela investigação da Polícia Federal como o intermediador da venda da casa em Goiás. ;Nós temos uma relação muito antiga. Uma relação política;. O relator ainda falou de contratos do Detran, que beneficiariam o grupo de Cachoeira e citou denúncia segundo a qual o presidente do Detran era membro da organização criminosa. "Não tenho conhecimento desses fatos", disse.